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oh! Não, a Mafalda faz blocos com provérbios!

Preservar o que a cultura portuguesa tem de melhor podia ser a definição para este projecto. A Oh! Não já conta com 13 modelos exclusivos de blocos de notas, totalmente feitos à mão, com a dedicação da Mafalda e uma pitada de sabedoria popular.

A expressão “OH! NÃO” é por vezes sinónimo de estarmos perante sarilhos ou azares, mas este não é o caso. O que representa a OH! NÃO para ti e como é que surgiu este nome?
Esta pergunta é a pergunta (risos). Pensar o que a Oh! Não significa para mim põe-me automaticamente com um brilho nos olhos, porque eu nunca pensei que o feedback da Oh! Não fosse tão positivo e sinceramente isto deixa-me sem palavras. Eu acho que tenho um coração demasiado pequeno (risos) porque muito sinceramente nunca imaginei isto tudo. 
A ideia/conceito da Oh! Não surgiu quando eu fui para o meu último ano do curso (Setembro de 2014) e lembro-me que eu só sabia que queria criar alguma coisa, ainda não tinha bem definido era o quê. 
E isto passou por três fases, primeiro pensei no objecto que queria trabalhar e lembrei-me que gostava de personalizar blocos de notas que não fossem apenas mais uns, isto porque quando andava na faculdade recordo-me que antes de começar as aulas eu perdia algum tempo nas superfícies comerciais à procura de um bloco ou de um caderno que fosse prático e que fosse diferente. Bem, e isto não era nada fácil (risos).
Numa segunda fase comecei a questionar-me de que forma poderia personalizar estes blocos, e aqui surge um lado mais pessoal e familiar, porque eu passei muito tempo da minha infância em casa dos meus avós, e a minha avó utiliza muito os provérbios e as expressões populares no dia-a-dia e sempre achei isso muito interessante. 
Se analisarmos são expressões que permanecem imutáveis, isto é, que nos dias de hoje muitas delas ainda fazem imenso sentido. E foi isso que me fez querer “pegar” na nossa cultura e de algum modo “defende-la” e divulga-la. Um bloco de notas é sempre um acessório útil e asseguramo-nos que andamos sempre com a melhor das sabedorias connosco, aquela transmitida desde os nossos antepassados. 
Eu sou muito patriota e defendo que devemos valorizar o que é português e acima de tudo temos que ter orgulho no que é nosso, na nossa cultura. 
Relativamente à escolha do nome eu queria que este tivesse um cariz cómico e na altura fiz uma lista de vários nomes, mas nenhum me agradava, então comecei a pensar que ia utilizar as redes sociais para divulgar a marca e vender os primeiros blocos e o que não falta no facebook são páginas e páginas de tudo e mais alguma coisa, portanto OH! NÃO mais uma a tentar a sua sorte (risos).


O teu percurso académico influenciou a tua chegada à criação da marca? Como?
Sim e não. Influenciou nos conhecimentos que obtive no curso. 
Questões técnicas como o tipo de letra, formatos, impressões, tipo de papel, a própria composição, são tudo questões relacionadas com design e nesse sentido, sim influenciou.
Agora, não posso dizer que o meu curso me impulsionou a criar a minha própria marca, embora a ideia tenha surgido no início do meu último ano, ficou tudo em stand-by porque optei por me dedicar àquele que era o meu último ano do curso. E aliás, havia muitas coisas que não me agradavam nada quando surgiram os primeiros blocos. O trabalho era todo a preto e branco e eu sentia que faltava qualquer coisa, e não estando satisfeita com isso, optei por deixar o projecto. Quando terminei o curso, eu nem pensava voltar a trabalhar nisto porque tinha que ser tudo refeito e pensado a nível estético. Eu tinha o conceito, mas o objecto final teria que ser todo reformulado. 
Não ia voltar a trabalhar neste projecto porque eu queria ir para Barcelona, e consegui arranjar um estágio lá para começar em Outubro do ano passado, isto é tudo muito bonito … ahaha só que não é bem assim. Surgiram alguns inconvenientes e optei por ficar cá. E ainda bem que fiquei, porque em Outubro peguei nesta pequena ideia que tinha e refiz tudo! Por isso é que eu digo que a Oh! Não tal como ela é actualmente nasce na altura em que reestruturei tudo e me dediquei a 100% à mesma (há seis meses). 


A tua marca é um elogio e ao mesmo tempo uma divulgação da cultura portuguesa. Porque é que escolheste os provérbios e os ensinamentos populares para esse propósito?
Creio que já respondi anteriormente, mas nunca é de mais defender os nossos ideais e aquilo em que acreditamos. Eu sou muito patriota e acho que devemos valorizar o que é português e acima de tudo temos que ter orgulho no que é nosso, na nossa cultura. 
Nós temos muitas coisas boas cá em Portugal e as vezes nem temos muito bem noção disso e é isso que devemos defender!
Eu, de certa forma, quero divulgar a cultura portuguesa e utilizo expressões e provérbios populares, porque de algum modo tenho receio que, de geração em geração, algo que é nosso se perca e que fique pelo caminho. Eu noto que por muito que os anos passem há expressões que vão fazer sempre sentido, como: “quem corre por gosto não cansa”, eu posso te dizer que ainda não me cansei porque faço tudo com muita entrega, muito amor, muita dedicação e eu posso correr, correr e correr, mas não me vou cansar daquilo que realmente gosto e acredito! E estas expressões e provérbios surgem também para que as pessoas possam reflectir um pouco sobre elas, sobre a mensagem subliminar que elas trazem.
Esta escolha pelos provérbios e ensinamentos populares remontam um bocado à minha infância, ao tempo que eu passava com os meus avós maternos, com os ensinamentos populares que aprendi. E que eu admito que acho imensa piada.
Também sou trineta do Artur Magalhães Basto que era um historiador da cidade do Porto e acho que este amor à pátria já é um factor hereditário, já não há grande volta a dar (risos).


Quais são para ti as maiores dificuldades e as maiores vantagens na produção de produtos 100% feitos à mão?
A primeira grande vantagem é que cada bloco tem 100% da minha atenção, isso não há duvida. 
No sentido de produção gráfica é vantajoso em termos económicos, mas acaba por ser muito laborioso porque tenho que montar um a um e como eu trabalho, por vezes é complicado gerir tudo, ainda por cima sou muito perfeccionista e isso não ajuda muito, porque ainda demora mais tempo no processo de montagem. Mas tudo se faz e ficam todos muito bem. :)


Nos cadernos podemos ver uma conjugação de uma frase popular, uma ilustração e um padrão. Como fazes a conjugação de todos os elementos?
Isto é tudo um bocado genuíno. 
Relativamente aos provérbios que já existem o processo passou por: eu tinha conhecimento do provérbio ou expressão que queria trabalhar e de uma forma natural, mentalmente idealizava na minha cabeça a ilustração para o mesmo. E depois esboço tudo no papel, mesmo em termos de composição, faço alguns esquissos antes de passar para o computador. Posteriormente estas ilustrações tem algum trabalho a nível digital.
As ilustrações são todas feitas por mim tenho bastante interesse em, nalguns casos, dar-lhes um certo realismo, como por exemplo no “amor cura tudo” só me veio à cabeça um coração (o órgão). Eu gosto muito de desenhar anatomia e tentar perceber como é que tudo funciona, e faço muita pesquisa nesse sentido.
O padrão encaixa aqui um bocado no sentido estético, para que a cor do padrão ou as cores venham dar algum dinamismo à capa do bloco. A base de todo o meu processo criativo é pesquisa, pesquisa e pesquisa.


Quais os teus projetos para o futuro e o que gostavas de alcançar com a OH!NÃO?
Isso é uma boa pergunta. Posso dizer que em Outubro quando comecei a trabalhar e a criar os blocos, eu pensei assim “Quero que as pessoas consigam olhar para estes blocos e que eu consiga ver um brilho no olhar delas, que elas esbocem um sorriso ao olhar para eles. Quero que os blocos mostrem toda a minha dedicação e acima de tudo todo o meu amor por este projecto”. E lembro-me que logo no início me pediram para ver os modelos que eu tinha disponíveis, (saliento que eu nem conhecia a pessoa em questão (risos)) e nesse mesmo dia, tudo o que idealizei para os primeiros blocos da Oh! Não, eu vi no rosto dessa pessoa e não há palavras para descrever isso. Ver uma pessoa com um sorriso na cara e um brilho no olhar ao contemplar um produto que estava a conhecer pela primeira vez, é gratificante. 
Para o futuro da Oh! Não quero que seja tão bom ou melhor que o presente.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Actualmente não tenho tido muito tempo livre. Mas gosto muito da Natureza, ADORO praia. Relaxar, ler, ver um filme. Correr, ir ao ginásio. São os melhores anti-stress. Ver o por-do-sol no final de um dia desgastante, é a melhor forma de terminar o dia.  E gosto de pesquisar e informar-me sobre diversos assuntos que me interessam. 

Que livro andaria sempre contigo?
Eu não andaria só com um livro atrás. Gosto muito da obra do Carlos Ruiz Zafon, “Marina”. Parece que por momentos estamos a viver aquela história, naquele tempo. Existe uma grande pormenorização de cada cena que é relatada que nos faz envolver na obra de uma forma única.
Outro livro que andaria sempre comigo, mas no sentido de o dar a ler a outras pessoas. É o livro da Louise L.Hay, “A vida ama-me”, gostei muito deste livro porque basicamente o modo com que eu tento estar na vida, aquilo que eu acredito, eu consegui ver neste livro. Mostra que a vida é essencialmente uma força de amor. Mostra o poder do perdão, que acho que é a maior dificuldade da sociedade actualmente, e às vezes não é um processo fácil, mas é a “chave”. Eu felizmente posso dizer que só guardo coisas boas, porque o resto nem me interessa, já nem me lembro. (risos)
Eu gosto muito de estudar e perceber o potencial do ser humano, porque acredito que todas as ações que tomamos, tudo o que fazemos é justificável. O “porque sim” faz me um bocado confusão. E eu valorizo muito as pequenas coisas da vida.
Podia continuar com a lista de livros mas seguindo esta linha de pensamento, o livro que andou comigo mas neste momento está na minha mesinha de cabeceira é um livro do Charles Darwin, “A expressão das emoções no homem e nos animais”, não o li até ao fim mas gosto de volta e meia folhea-lo e ler algumas páginas. Porque explica as nossas emoções e expressões como por exemplo: “porque é franzimos as sobrancelhas quando estamos zangados?”
Tenho bastante interesse em perceber e estudar o ser humano no seu todo.

Que filme verias vezes sem conta?
Tenho vários filmes que veria várias vezes, seria ingrato anunciar apenas um.
Gosto muito de cinema e talvez se desse uma resposta amanhã já não seria a mesma.

Numa palavra como definirias o trabalho de um designer?
Coragem. Na actualidade em que vivemos acho que precisamos de muita coragem para arriscar, e de muita motivação e força para lutar pelo que queremos e por aquilo em que acreditamos.

Para acompanharem todas as novidades da Oh! Não, sigam o projecto no facebook.

2 comentários

  1. Que MARAVILHA! O da bicicleta ficou-me no goto ahah! Recheada de originalidade: no nome, na ideia, nos padrões e na apresentação dos provérbios. Parabéns! :D

    Jiji

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  2. Adorei os bloquinhos que bonitos, as mensagens são contagiantes.

    Um beijinho
    Ana C, adreamersland.com
    www.facebook.com/adreamersland

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